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Dia Internacional da Filosofia
A BECRE assinala o Dia Internacional da Filosofia através de uma mostra de obras de alguns dos filósofos existentes na biblioteca.
Em 2002, a UNESCO instituiu a celebração do Dia Internacional da Filosofia na terceira quinta-feira do mês de Novembro de cada ano, ciente da importância que o questionamento filosófico assume para o diálogo entre os povos, onde cada um se deverá sentir livre de participar, segundo as suas convicções, em qualquer lugar, contribuindo para a progressiva tomada de consciência da nossa comunidade de condição: a humanidade.
DECLARAÇÃO DE PARIS EM PROL DA FILOSOFIA
Nós, participantes nas Jornadas Internacionais de Estudo «Filosofia e Democracia», organizadas pela UNESCO, que tiveram lugar em Paris, nos dias 15 e 16 de Fevereiro de 1995, constatamos que os problemas de que trata a filosofia são os problemas da vida e da existência dos homens considerados universalmente.
Entendemos que a reflexão filosófica pode e deve contribuir para a compreensão e a orientação das preocupações humanas; consideramos que a actividade filosófica, que não retira nenhuma ideia à livre discussão, que se esforça por precisar as definições exactas das noções utilizadas, verificar a validade dos raciocínios, examinar com atenção os argumentos dos outros, permite a cada um aprender a pensar por si mesmo; sublinhamos que o ensino filosófico favorece a abertura de espírito, a responsabilidade cívica, a compreensão e a tolerância entre os indivíduos e entre os grupos.
Reafirmamos que a educação filosófica, formando espíritos livres e reflexivos, capazes de resistir às diversas formas de propaganda, de fanatismo, de exclusão e de intolerância, contribui para a paz e prepara cada um para assumir as suas responsabilidades perante as grandes interrogações contemporâneas, designadamente no domínio da ética, julgamos que o desenvolvimento da reflexão filosófica, no ensino em vida cultural, contribui de forma importante para a formação de cidadãos, exercendo a sua capacidade de julgamento, elemento fundamental de toda a democracia.
Por estas razões, comprometendo-nos a fazer tudo o que estiver em nosso poder, nas nossas instituições e nos nossos países respectivos, para realizar estes objectivos.
Declaramos: Uma actividade filosófica livre deve ser garantida a todos os indivíduos, em toda a parte, sob todas as formas e em todos os lugares onde se possa exercer.
O ensino filosófico livre deve ser preservado ou alargado onde já existe, deve ser criado onde ainda não existe, e deve ser nomeado explicitamente «filosofia».
O ensino filosófico deve ser assegurado por professores competentes, especialmente formados para o efeito, e não pode ser subordinado a nenhum imperativo económico, técnico, religioso, político ou ideológico.
Permanecendo autónomo, o ensino filosófico deve ser, em toda a parte onde for possível, efectivamente associado, e não simplesmente justaposto, às formações universitárias ou profissionais, em todos os domínios.
A difusão de livros acessíveis a um grande público, tanto pela sua linguagem como pelo seu preço de venda, a criação de emissões de rádio e de televisão, de cassetes áudio ou vídeo, a utilização pedagógica de todos os meios audiovisuais e informáticos, a criação de múltiplos lugares de debates livres, e todas as iniciativas susceptíveis de fazer aceder o maior número a uma primeira compreensão das questões e dos métodos filosóficos devem ser encorajados, para constituir uma educação filosófica dos adultos.
O conhecimento das reflexões filosóficas das diferentes culturas, a comparação dos seus contributos respectivos, a análise do que as aproxima e do que as opõe devem ser perseguidos e apoiados pelas instituições de investigação e de ensino.
A actividade filosófica, como prática livre da reflexão, não pode considerar nenhuma verdade como definitivamente adquirida e incita a respeitar as convicções de cada um, mas não deve em caso algum, sob pena de se negar a ela mesma, aceitar doutrinas que neguem a liberdade de outrem, achincalhando a dignidade humana e originando a barbárie.
Todos os anos, em Novembro, a Unesco dedica um dia à Filosofia.
PAABE novembro 2017
Recolha pela professora Adelaide Saraiva
Dia de S. Martinho
Na véspera do dia de São Martinho, (durante os principais intervalos do dia),a biblioteca recordou com os seus utilizadores a Lenda de São Martinho, através da leitura de alguns textos. Ao longo do dia alunos, professores e funcionários trocaram impressões a propósito desta tradição. Cabe aqui uma palavra especial de agradecimento à Florbela, assistente operacional da nossa escola que ofereceu as castanhas que deliciaram todos quantos quiseram estar presentes. Bem haja (ver as fotos)
Conta a lenda que um soldado romano, de nome Martinho, estaria a caminho da sua terra natal. No caminho deparou-se com um mendigo que lhe pediu esmola. Martinho rasgou, então, a sua capa em duas metades e entregou uma ao mendigo. Subitamente, o tempo aqueceu e as nuvens desapareceram. Desde aquele dia, 11 de novembro, em todos os anos é celebrado o “verão de S. Martinho”, altura em que as pessoas fazem um Magusto com a degustação de castanhas assadas e vinho ou água-pé da colheita do ano anterior:”o dia de São Martinho, pão, castanhas e vinho”. (ler mais)
Recolha por professora Adelaide Saraiva
PAABEA novembro 2017
Plano Nacional de Leitura 2027 – que desafios?
Plano Nacional de Leitura 2027 – que desafios? – Teresa Calçada em entrevista à Agência Lusa
A primeira década do Plano Nacional de Leitura (PNL) foi uma inspiração, mas os próximos dez anos serão desafiantes, porque ler não está na moda, afirmou a comissária do PNL, Teresa Calçada, em entrevista à agência Lusa.
Teresa Calçada, há mais de 30 anos dedicada ao livro e à leitura, foi nomeada em março comissária do PNL 2027, regressando a um projeto onde já esteve como subcomissária.
Nas vésperas da conferência anual do PNL, marcada para segunda-feira em Lisboa, subordinada ao tema “a urgência da leitura”, Teresa Calçada elencou alguns dos desafios que o Plano Nacional de Leitura enfrenta para a próxima década.
“O PNL conseguiu constituir-se como uma marca, o que não é fácil, e essa marca ajudou a um dos objetivos primeiros do Plano: Valorizar a leitura. Conseguiu-se transmitir para dentro, para as escolas, e para o exterior que a leitura era reconhecida, nas famílias, nos professores, nos miúdos, como alguma coisa que não está na nossa vida”, afirmou.
Cumprida a primeira década do PNL, como “ferramenta para a promoção e para a prática leitora”, Teresa Calçada alerta que deve continuar a existir uma política pública para o livro e para a leitura, porque “nada está seguro” e há novas realidades a ter em conta.
Uma delas é a ideia de tempo, numa sociedade que tem uma maior relação com o digital.
“É um tempo voraz, muito rápido, que parece contrário ao tempo lento da leitura; não é fácil transmitir essa mensagem. Com ele a questão de estarmos a lidar numa sociedade que já é digital, com muitos aspetos híbridos, em que as pessoas, em particular os jovens, estão sempre conectados e dão um valor social que está acima de todos os outros valores”, lembrou.
O livro de papel e as ferramentas digitais não são inimigos nem se excluem, alertou Teresa Calçada, mas é preciso equilibrar as forças, sobretudo entre os leitores mais novos.
“Como não é tribal entre nós ler, mesmo os miúdos que leem têm tendência a ler menos, ou a dizerem que não leem, ou a acomodarem-se nisso, porque não é uma prática bem-vista. Nenhum miúdo se esconde de dizer os seus gostos musicais, mas livros, dizerem uns para os outros de livre e espontânea vontade, é muito difícil. E isto é cultural”, opinou Teresa Calçada.
De acordo com a comissária, para os próximos dez anos de PNL estão a ser preparadas várias linhas de atuação, mesmo sabendo que não há fórmulas mágicas para lembrar aos portugueses que a leitura é uma prática fundamental na vida quotidiana.
“Queremos um conjunto de estudos que provem que é possível reforçar as competências de leitura e não deixar sair as crianças da escola primária, e depois da escolaridade obrigatória, sem as devidas competências de leitura. Isso é uma missão e uma honra”, disse.
Pela primeira vez oficializa-se o PNL também para adultos, tanto para os que têm baixos níveis de alfabetização como para aqueles que investiram em formação. Teresa Calçada quer que, no âmbito do programa Qualifica, as competências de leitura sejam obrigatórias no quadro curricular dos adultos.
Muito do trabalho do PNL será feito em parceria com outros organismos e instituições, à medida das necessidades, sejam escolas, bibliotecas públicas, escolares e universitárias, museus, centros de Ciência Viva, editores e livreiros.
Sobre as listas de obras recomendadas para leitura dentro e fora da sala de aula, que são das vertentes mais identificáveis do PNL – através da colocação de um selo de qualidade nos livros -, Teresa Calçada defende um reforço de divulgação junto dos portugueses.
Dedicada à “urgência da leitura”, a conferência anual do PNL contará com a presença, entre outros, do antropólogo argentino Néstor García Canclini, da escritora Isabel Alçada, dos investigadores Gustavo Cardoso, Heitor Alvelos e Manuel Sobrinho Simões e do coreógrafo Rui Horta.
Estarão ainda presentes os ministros da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, e da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, o secretário de Estado da Educação, João Costa, e a secretária de Estado da Ciência, Fernanda Rollo.
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